A escola de pedra



 O texto a seguir foi escrito por Rosi Martendal de Ituporanga- SC foi retirado do site FUNDAÇÃO EDUCAR DR PASCHOAL..

Vale a pena conferir

Há algum tempo, ouvi uma história relacionada à educação denominada “A escola de vidro”, em que havia uma separação, uma fragmentação entre a vida fora e a vida dentro do vidro/escola. Talvez por preguiça, falta de tempo e de lembrar mesmo de pesquisar, nunca tive o texto nas mãos, porém algumas alunas me contaram várias vezes. Digo isso porque hoje as barreiras de vidro que separavam a escola do mundo real estão aos poucos caindo.

Porém, há algo que vem me preocupando, um aspecto que tenho notado em minha segunda profissão: coordenadora de concursos públicos. Já que tais concursos, em sua grande maioria, ocorrem em escolas das redes estadual ou municipal, posso falar com certeza o que tem sido lugar-comum: a transformação de pátios gramados, hortas, árvores e da própria natureza em cimento. Cimento, sim. Os pátios viraram calçadões de cimento, que, segundo alguns dizem, torna a limpeza mais fácil e o ambiente com aparência mais limpa.
Nestes tempos em que se discute, reflete e debate o meio ambiente e se criam diversas políticas relacionadas ao tema, como podem os profissionais da educação, seus gestores, a comunidade, as escolas e os órgãos ambientais aceitar tamanha transformação?
Isso já é falado há algum tempo. Existe um conceito que define essa transformação, que os estudiosos chamam de reificação. “Reificar significa, genericamente, converter um conceito ou pessoa em coisa, materializar, também é conhecida como coisificação (BRÜGGER, p.3).”
Pois é, com a reificação do meio ambiente nas escolas, onde ficam os tempos em que se davam aulas embaixo de árvores, nos jardins da escola, nos pátios gramados?
Com tudo isso, muitos que se dizem educadores ainda se perguntam por que há revolta dos alunos em sala, falta de atenção às aulas, por que os alunos não querem mais aprender e se distraem com facilidade. Imagine se existisse um ambiente agradável, e não uma caixa quadrada cheia de carteiras e alunos. Não ficaria mais fácil ser aluno e menos difícil lidar com o processo de ensino-aprendizagem?
Sabe o que parece? Parece que o cimento que vem envolvendo o ambiente escolar também tem envolvido o coração daqueles que lidam com a educação de maneira direta ou indireta.
Nesse sentido, sou uma romântica em relação à educação, tal qual Rubem Alves, acreditando que a escola será um local de ensino e de aprendizagem com gosto, com vontade e com o coração no lugar do cimento que vem tomando conta dela.


Referência Bibliográfica


BRÜGGER, Paula. Introdução às Ciências Ambientais. 
Rosi Martendal


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5 Comentários

  1. Oi Vanessa,
    Adorei seu comentario no meu blog. A verdade é que textos assim dão uma sacudida na nossa prática, não é mesmo?
    Não consegui terminar de ler o texto Escola de pedra.
    Ahh!! Parabéns pelo prémio veja blog. Seu blog é show. Vcs merecem. Grande bj e ótimo domingo.
    Maristela

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  2. Vanessa,

    Muito obrigado por seguir meu blog. Também estou seguindo o seu, não como forma de "troca", mas porque este seu espaço tem a ver comigo, a começar pelo título. Também creio que a Educação transforma e sou um exímio defensor disso.

    Abraços.

    P.S: Estou aproveitando minhas férias, mas no mês que vem estou de volta.

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  3. Oi Vanessa, olha eu aqui de novo...
    Agora sim, o texto... que maravilha. Como toca nossa prática. Tb sou romantica, assim como a autora. Sempre incentivo meus professores usarem mais os espaços de "vida" da escola p ministrarem suas aulas.
    Na minha escola ainda existe gramados e árvores, as vezes falta vontade. Entende?
    Mas isto a gente vai conseguindo no dia-a-dia.
    Se não se importa vou copiar o texto e usar com meus professores.
    Grande abraço
    Maristela

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  4. Tudo de bom este blog, minha linda! Ofereço meu selinho "Carinho de Amiga"! Tenho um blog de mensagens.. Se gostar visite. O Link está no blog Só Poemas. Fique c Deus e bjus.

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